UFSM integra grupo de trabalho que vai rediscutir o projeto de viaduto na rótula da Avenida Roraima

UFSM integra grupo de trabalho que vai rediscutir o projeto de viaduto na rótula da Avenida Roraima

Foto: Nathália Schneider (Arquivo/Diário)

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) propôs uma discussão conjunta para buscar soluções à duplicação da RSC-287, a Faixa Nova de Camobi, especialmente quanto ao viaduto previsto na Avenida Roraima, na rótula de acesso ao Campus Sede. Essa foi a manifestação do diretor do Centro de Tecnologia (CT), Tiago Marchesan, futuro vice-reitor, em audiência pública realizada há poucos dias no CTG Sentinela da Querência, em Camobi.


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Convidado para compor a mesa oficial, Tiago enfatizou a importância da duplicação da rodovia, mas revelou preocupação com a proposta do viaduto apresentada pela empresa paranaense vencedora da licitação, que resultaria em grandes paredes laterais das rampas, que encobririam o acesso à Universidade e dividiriam o bairro.

– O sentimento é de que a duplicação da Faixa Nova, principalmente no trecho urbano, da forma que está sendo realizada, divide o bairro ao meio, atravanca esse parque linear que é a Avenida Roraima, usada não só para trânsito, mas também para caminhadas, esportes, bicicletas, todos os modais de transporte – afirmou.

Como resultado da audiência pública, que reuniu cerca de 150 participantes, foi encaminhada a criação de um grupo de trabalho reunindo representantes da UFSM, Prefeitura, Câmara de Vereadores e entidades representativas do município para trabalhar uma solução técnica e articular junto ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para que o projeto inicial não seja licitado.


Preocupações e recomendações

A pedido do Gabinete do Reitor, os professores Alejandro Ruiz Padillo, do Laboratório de Mobilidade e Logística (Lamot), e Carlos Félix, do Grupo de Estudos em Mobilidade (GeMob), do Centro de Tecnologia (CT) da UFSM, encaminharam pareceres técnicos com análises convergentes que apontam preocupações e recomendações sobre o projeto de interseção entre a RSC-287 e a Avenida Roraima. As análises indicam a necessidade de revisão técnica e urbanística do projeto apresentado pela Engemin Engenharia ao Daer.

A proposta prevê que a RSC-287 seja elevada sobre a Avenida Roraima, substituindo a atual rotatória por um sistema de alças de acesso e retornos laterais. Essa configuração, segundo os documentos, levanta questionamentos sobre segurança, fluidez e integração urbana.

O estudo do grupo GeMob destaca que a interseção já opera no limite de sua capacidade, especialmente nos horários de pico, quando coincidem o tráfego regional e o grande volume de veículos que entram e saem da UFSM. Porém, em relação à proposta apresentada, o parecer alerta para o risco de saturação das alças e retornos, caso não sejam dimensionados adequadamente, e para conflitos de tráfego entre os fluxos vindos da universidade e da ERS-509, a Faixa Velha.

O relatório também ressalta impactos urbanísticos e ambientais decorrentes do viaduto em aterro, como ruído, alterações na drenagem, desapropriações e barreiras físicas que podem fragmentar o bairro. Além disso, chama atenção para o impacto visual e simbólico da estrutura na entrada principal da UFSM e para o risco de que os espaços sob o viaduto se tornem áreas de insegurança pública.

Entre as recomendações, estão a realização de estudos detalhados de tráfego, a avaliação de alternativas de projeto — como rotatórias multiníveis ou soluções mistas — e a garantia de ciclovias, passagens de pedestres e pontos de ônibus seguros.


Necessidade de novos estudos

Já o parecer do Laboratório de Mobilidade e Logística reforça que a nova configuração proposta cria entrelaçamentos curtos e potencialmente perigosos na Avenida Roraima, além de interromper a ciclovia e calçadas existentes, contrariando as diretrizes do Plano de Mobilidade Urbana de Santa Maria. O documento também ressalta a necessidade de manter a continuidade e segurança da infraestrutura voltada a pedestres e ciclistas, e de garantir condições adequadas para o transporte coletivo que atende o Campus Sede e o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM).

Os professores destacam que não tiveram acesso ao projeto detalhado nem aos dados de tráfego utilizados para embasar a proposta, o que limita a avaliação técnica e reforça a importância de mais transparência e de novos estudos de demanda e simulação. Também recomendam que a proposta considere medidas de mitigação ambiental e sonora, bem como um plano de fases de obra que minimize os impactos sobre a circulação local durante a construção.

Ambos os pareceres concordam que o projeto, como está, pode gerar congestionamentos, riscos à segurança viária e perda de qualidade urbana se não forem feitos ajustes e estudos complementares. Assim, defendem uma avaliação integrada que envolva também a interseção da Avenida Roraima com a ERS-509, já sobrecarregada, para evitar o deslocamento de problemas de tráfego de um ponto para outro.


*com informações da UFSM


Entenda a discussão sobre a Faixa Nova:

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